quinta-feira, 14 de setembro de 2017

O Dândi


Já passava das três horas da manhã de uma quarta-feira. Eu estava em um quarto de bordel. Na cama estavam três mulheres completamente nuas que conheci em uma festa. Deitado no colo de uma morena enquanto a outra passava a mão em meus cabelos. A noite tinha sido longa, regada a álcool e muita farra e como um libertino eu aproveito cada momento da minha vida. Percorro meu dedo indicador na barriga da loira que chupava minha orelha e mordo o seu pescoço.
No caminho para casa comprei algumas flores. Cheguei em casa. Era um casarão enorme com dois andares e uma piscina do lado.
Marisa estava limpando as janelas com um pano branco. Me escondi atrás do muro e caminhei sem fazer barulho por trás dela.
— Adrien. Que susto garoto. Você sabe que meu coração não aguenta. — Marisa gritou e colocou a mão no peito.
— Desculpa Marisa. Estava passando pela rua quando resolvi entregar esse buque de flores para a mulher mais importante da minha vida. — falei e fiz uma reverência.
— Nossa, são lindas. Não precisava. Oh! você é mesmo um garoto de ouro. — Disse ela me beijando na bochecha.
— Foi um prazer. — disse piscando o olho.
— Menino, por onde andou? — Ela falou dando uma boa olhada em mim.
- Ah! dei uma volta pela cidade.
— Andou consolando alguma dama por aí — Ela disse me dando uma cutucada de leve.
— Marisa, Marisa. Um bom galanteador não sai por aí contando suas aventuras. Prefiro manter o sigilo das minhas garotas.
— Cuidado para não se meter em encrenca garoto.
— Ah! Marisa, eu já sou grandinho.
— Para mim, continua sendo aquele menino doce e sapeca que corria pelo jardim e roubava biscoitos da jarra. — Ela disse beliscando minha bochecha.
Marisa era como uma mãe. Ela cuidou de mim quando pequeno. Meus pais andavam muito ocupados e então, ela foi ao meu socorro. Eu e ela éramos confidentes. Muitas vezes ela me acobertava enquanto praticava minhas aventuras.
— Marisa, a senhora viu Bernardo? Preciso falar com ele.
— Ele está nos estábulos cuidando dos cavalos.
Encontrei Bernardo escovando um alazão branco. Bernardo era mudo de nascença. Encontrei ele em um circo itinerante, era magico. Ficamos amigos e o trouxe comigo.
— Bernardo, vejo que andou ocupado — Exclamei. Bernardo largou o que estava fazendo e me abraçou e me perguntou como passei a noite.
— Ora Bernardo, fui em uma festa ontem. Seduzi três garotas desamparadas e abandonadas pelos maridos. Eu sei Bernardo. Fui esperto e não deixei pistas. Me diga como andam as coisas? Viu algo suspeito?
Bernardo então me contou através de gestos que estava tudo normal.
— Está ocupado? — Perguntei. Bernardo fez um sinal que estava tranquilo.
— Vamos na cidade. Ouvi na festa que estão planejando algo.
Cheguei com Bernardo em uma carruagem. O centro estava cheio, havia ambulantes e barracas vendendo especiarias. Desci da carruagem e me misturei na multidão. Uma mulher de vestido de linho azul-claro estava apalpando tomates.
— Ora madame. — Cheguei por trás — Se apertar demais estes tomates vão estragar a textura.
— Oh! que susto. Quem é você?
— Adrien a seu dispor — Fiz uma reverência.
— Me chamo Stella. — Ela estendeu a mão e a beijei ardentemente.
— Suas mãos são perfumadas. Deixa eu adivinhar, perfume francês. Acertei?
— Nossa, você tem um olfato apurado meu rapaz. — Stella disse ruborizando.
— Cresci no meio de boticários, consigo reconhecer perfumes de longe.
— Meu pai está chegando para me buscar. Vamos fazer o seguinte. Me encontre hoje à noite na varanda da minha casa, quero que você me de algumas aulas sobre perfumes. — Ela anotou o endereço em um pedaço de papel e entregou nas minhas mãos e piscou o olho.
Guardei o papel no bolso e continuei caminhando entre as pessoas, comprei algumas especiarias e flertei com algumas garotas no caminho.
De noite após o jantar fui para meus aposentos. Coloquei uma roupa festiva e discreta. Meu quarto ficava no segundo andar. Do lado de fora Bernardo me aguardava com a carruagem. Subi pelo telhado e desci por uma corda.
— Noite bonita para encontramos uma dama necessitada — Comentei com Bernardo e ele afirmou com a cabeça.
A casa da Estella era um casarão de alto nível. Um enorme muro de pedra envolvia a propriedade. Bernardo parou a carruagem perto de uma árvore. — Bernardo, eu entrarei. Esteja aqui daqui a uma hora. — Falei ajeitando minha roupa.
Subi na árvore e pulei para cima do muro. Vejo um guarda passando fazendo a ronda. Fico imóvel e deixo ele passar, pulo no telhado e subo até a janela. Dentro do quarto Estella estava penteando o cabelo para ir para a cama. Assoviei e ela olhou assustada.
— Adrien… é você?
— Sou eu meu amor. — Respondi.

Ela abriu a janela entrei e a agarrei. Tiro minha roupa e Stella arranha minha barriga, rolamos pela cama e ela monta em mim, mordo o pescoço dela e brinco com seus seios. Ela me beija ardentemente e deseja meu corpo, fico nu e penetro fundo, ela grita de prazer. Entrelaço minha mão na sua. Stella me pede para aumentar a velocidade e eu obedeço, gozamos juntos. Uma luz no final do corredor acende. Será o seu pai?
— Sim, ele tem o sono leve. — Clara responde. — Rápido fuja pela janela.
— Te amo meu amor — Falo beijando seus lábios.
— Também te amo meu príncipe. Quando ira me ver novamente?
— Assim que seu pai te deixar sozinha.
— Stella minha filha que barulho foi esse? — o pai grita do quarto.
— Nada. Apenas tive um sonho maravilhoso aqui — ela diz e pisca para mim. Com um sorriso bobo abro a janela e pulo. Bernardo está me esperando. Eu entro na carruagem. No horizonte um coiote uiva para a lua.

Postado por Caio Geraldini

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