sexta-feira, 16 de junho de 2017

Paixão no Hotel

 Acordei com batidas fortes na porta do apartamento que estava morando de aluguel. Estava com uma ressaca dos infernos. Bateram na porta novamente, eram batidas fortes, minha cabeça doía.
- Henry, abra a porta seu vagabundo bêbado. – Ouvi a voz atrás da porta.
- Já vai. – Ainda deitado na cama, olho no relógio, são apenas 6 da manhã de uma quinta-feira. Fui até a porta, era Manuel. O sindico do apartamento.
- O que você quer? – Falei irritado.
- Presente de natal adiantado. Você está sendo despejado por atrasar o aluguel, pegue as suas coisas e suma da minha frente. - Ele falou balançando um papel na minha frente.
- A é? Pois não irei a lugar algum. Você não tem o direito de me expulsar assim. Quero meus direitos.
- Seus direitos acabaram quando você atrasou o aluguel.
- Estou de ressaca. Vamos conversar mais tarde ok? De preferência tomando um trago. – Fui fechando a porta quando Manuel coloca o pé impedindo.
- Já conversamos demais. Se não sair agora meus amigos aqui vão fazer isso a força- Apontou para dois brutamontes vestidos com fardas de polícia. Eles se aproximaram de mim, tentei desviar.
- Para que isso Manuel? Já te falei que vou pagar assim que eu receber o cheque da venda de um conto.
- Minha paciência acabou, vamos oficiais, tirem esse cara daqui. Estou com uma ordem judicial.
- Vai se foder Manuel. Daqui não saio.
- Guardas por favor me ajude aqui. – Manuel gritou.
Eles entraram no meu apartamento, me pegaram pelos braços e me expulsaram do prédio. Pela janela jogaram minhas coisas. Peguei minhas coisas e sai pela rua. Do outro lado da rua uma senhora assistiu todo o espetáculo.
Caminhei pela rua sem rumo, entro no primeiro prédio que vejo. Estava escuro, provavelmente entrei pelas portas do fundo. Ouvia barulho de gente conversando.
- Ei você. – Escuto uma voz e me viro. Um homem de terno, com o nariz empinado e olhar de desdém. – Qual seu nome rapaz?
- Henry, senhor. – Falo
- Deve ser o novo funcionário do hotel. Está atrasado. Me acompanhe. – Diz ele de forma arrogante.
- Mas...
- O hotel Frantz não admite atrasos. Vamos.
Fui com ele até um quarto dos funcionários, era um lugar apertado, alguns bancos de madeira e armários de ferro pregado na frente, cada um com um número diferente.
- Aqui sua chave. Coloque o uniforme e me encontre no salão principal. - O homem de terno me entregou uma chave com um número e saiu.
- Tudo bem. Estou desempregado. Posso lidar com isso. – Pensei.
Abri o armário, coloquei minhas coisas nele, vesti o uniforme, e me dirigi para o salão principal do hotel. Era um lugar enorme e chique com o pé direito alto. Os funcionários estavam lado a lado em frente a um balcão da recepção. Parei do lado de um homem magro de aparência doente. O homem de terno parou em frente aos funcionários.
- Meu nome é Pierre LeMont. Sou o gerente do hotel. – Ele falava com um sotaque levemente francês. - Como sabem esse é um hotel de luxo, possui 4 pavilhões vermelhos do guia Michelin. O trabalho aqui é sempre executado com perfeição, e essa semana vocês darão tudo de si, pois iremos receber um hospede muito importante.
- Quem estamos esperando? – Comentei com o rapaz do lado.
- Por onde andou? Está sendo noticiado o mês todo. – Ele me olhou espantado com a pergunta.
- Andei passando dificuldades, não tive tempo de ligar a TV. – Respondi relembrando as vezes que estava bêbado demais para pensar em algo, então ficava de frente a TV assistindo Medalhão Persa, um programa sobre joias que passava nas madrugadas.
- Vai ter uma première aqui na cidade. O ator principal de uma novela está vindo. Ele vai se hospedar neste hotel. – O rapaz me contou.
- Ah interessante. – Respondi.
Pierre continuava falando sobre a importância de recebermos o ator para a imagem do hotel.  Eu precisava de um trago.
- Ei parceiro. Sabe onde posso arranjar um trago? – Comentei com o meu novo amigo.
- Claro, tem um bar logo ali.
- Beleza. Faz o seguinte vou ali tomar um trago e depois me conte o que rolou.
Fui em direção ao bar quando Pierre me interrompeu.
– Ei você. Onde vai?
- Vou ali tomar um trago. - Respondi
- Nada disso. Não podem beber em serviço.
Voltei para o meu lugar. Após uma longa palestra sobre o hotel e suas atividades, fui designado como “faz tudo”. Fui obrigado a usar um chapéu ridículo. De noite após passarmos o dia inteiro checando quartos e organizando as coisas, escutamos um barulho de carro. Entrou pela porta um homem elegante, vestido um terno impecável e do seu lado uma jovem garota loira em um vestido de festa.
- Oh Thomaz Agreste como foi a festa? – O gerente cumprimentou o casal. Deduzi que se tratava do tal famoso ator.
- Ah essas festas são entediantes. – Thomaz falou de forma prepotente. – Estou exausto, vou para meu quarto.
Percebi a mulher que estava com ele me olhando de forma interessada, ela mordia o lábio e mexia no cabelo.
- Ah Thomaz, eu vou ficar um pouco no bar, já subo meu amor. – Ela disse dando um selinho. Assisti a cena de longe fingindo que estava empilhando correspondências.
- Tudo bem querida. Não demore. – Thomaz foi em direção ao elevador.
Ela passou por mim e piscou o olho e foi em direção ao bar. Ela queria que eu a acompanhasse. Entrei no bar, havia apenas alguns hóspedes, pessoas de negócios. Ela estava sentada no banco de madeira com um Martini.
 – Noite difícil? – Comentei ficando do lado dela.
- Ah sabe como é, essa vida de esposa de famoso é um saco. Todos os olhos ficam em cima do Thomaz. Quase não sobra nada para mim. – Ela disse.
- Vejo que temos uma gatinha com o orgulho ferido. - Falei. – Você tem uma beleza que ofusca todas as outras.
- Você é muito gentil. Me chamo Lola e você?
- Me chame de Henry.
- Henry é um nome sex. Lembra o meu primeiro amor – Ela disse.
- Achei que o Thomaz fosse o seu grande amor? – Sim, havia lido sobre o casal no meu intervalo de almoço.
- O Thomaz? Aquele imbecil só pensa nele. Deve ter me traído com uma modelo qualquer.
- Não fale assim. Se eu tivesse você nunca iria trocar por outra.
- Acho que estou um pouco bêbada, vou subir. Obrigada pela conversa. – Ela levantou.
- Espere – Peguei no braço dela. Puxei e dei um beijo, ela se soltou.
- Não sei se devo – Ela disse.
- Vamos. Irei te fazer uma mulher feliz. Finja que o Thomaz não existe. Seja feliz, pelo menos uma vez na vida.
Subimos para um quarto desocupado, eu tinha a chave. Abri a porta, ela foi em direção ao quarto e deitou na cama, comecei a beijar seus lábios e fui descendo, passei a mão em seus seios e ela gemia de prazer, tiramos a roupa, continuei beijando seus lábios. Ela montou em cima de mim e começou a cavalgar, dormimos os dois abraçados. Ela me acordou no meio da noite. – Preciso subir para meu quarto, Thomaz vai ficar uma fera. Ele não gosta que eu fique muito tempo no bar.
No outro dia a tarde fui designado para cuidar da piscina. Enquanto trocava as toalhas vi Lola nadando, seu corpo era espetacular, meu corpo desejava estar com ela. No momento estávamos a sós.
- Ei Henry. – Ela me chamou.
- Oi senhorita. Tudo em ordem? – Comentei fingindo cordialidade.
Ela saiu da piscina, pegou a toalha e sentou na cadeira. – Henry preciso da sua ajuda para passar protetor solar. Não alcanço as costas.
- Acho que o seu marido não vai gostar disso – Falei.
- Ah aquele palerma saiu para dar uma entrevista, só volta as 17 horas.
- Não sei se devo. – Falei.
- Preciso sentir o seu toque novamente.
- Ok. Se a senhorita insiste. – Comecei a passar o filtro solar nas costas dela. Ela então sem querer soltou o sutiã.
- Ops, caiu.  – Ela fingiu surpresa. Seus seios ficaram à mostra. Seus seios eram belos, tinha vontade de tocar, de beijar.
- Henry não fique acanhado. Aproveite eles.
Fomos até o quartinho de manutenção e transamos novamente, ela tinha um fogo insaciável. Thomaz estava perdendo uma bela mulher por causa de bobagem.

Passadas duas semanas Thomaz e Lola partiram. Lola voltou aos braços do seu marido rico e famoso em um casamento de aparências. Peguei meu pagamento referente a três semanas. Sai do hotel com minhas coisas. Fui até uma distribuidora de bebida, comprei algumas cervejas e caminhei pela rua sem rumo.

Postado por Caio Geraldini

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