Frederico Maya era médico. Depois
de três horas viajando de carona em uma camionete velha, com a perna dormente e
cheiro de gado, finalmente chegou na Fazenda dos Prazeres na zona rural do
interior do Estado. Ele foi chamado para
cuidar de uma senhora muito doente.
- Tarde - Saudou Frederico gritou levantando a mão
para uma senhora que tricotava uma blusa para algum netinho.
- Tarde doutor - saudou a senhora que se chamava
Lurdes, ela estava com a sua idade já avançada. Ela se levantou e foi abrir a
porteira.
- Senhora, é aqui que a paciente está? – Frederico
perguntou.
- Oh sim, é a minha mãe. Por favor entre. Ela tá muito
doente. Desde semana passada está sempre deitada e reclama de dores no corpo e
febre que não cessa. Não sei mais o que fazer. Até rezar já rezei.
A casa por dentro era pequena. A
sala era minúscula, tinha uma TV de tubo e um sofá de couro gasto de cor
marrom. O ar era abafado, apesar da janela aberta não passava corrente de ar. Ele
entrou no quarto. Na cama estava deitada uma senhora idosa que de acordo com Lurdes
se chamava Josefa. Quando ele entrou ela abriu os olhos e ergueu a mão.
- Oh Minha Nossa Senhora escutou meus pedidos e
trouxe um doutor que irá me curar. – Josefa falou sorrindo.
- Boa Tarde, eu sou o doutor Frederico e vou te
examinar.
Frederico então sentou na borda
da cama, abriu a sua maleta e tirou um estetoscópio e escutou o coração e a respiração,
colocou um termômetro debaixo do braço da paciente.
- Hum, interessante. O coração e a respiração estão normais. A
temperatura está um pouco alta mas não é nada grave.
Neste instante entrou uma garota.
Ela era jovem, tinha 25 anos, usava um vestido florido, estava descalça e tinha
um ar inocente, seus cabelos loiros estavam soltos e ela movimentava com graça.
- Tarde. - Saudou a garota ao ver o doutor
- Oh minha filha esse é o doutor Frederico Maya.
- Prazer - Disse o jovem médico mexendo a cabeça de
forma cortês.
- Gradecida - disse a pequena jovem - Me chamo
Geovana.
- Oh que belo nome. Não sei se te contaram mas seu
nome significa Deus é cheio de graça.
A garota ficou vermelha de
vergonha. Deu um pequeno sorriso de canto da boca.
- Sempre fui muito religiosa - Dizia a mãe - Essa
pequena garota foi fruto de um milagre. Enquanto eu estava rezando na paróquia
do Padre Jeová. Pedi a Deus para me dar uma menina. Fazia anos que eu tentava
engravidar sem sucesso. Então Deus então me deu esse presente. Ela é meu
tesouro, minha vida.
- Ela é muito bonita. Parabéns.
- Obrigada. O senhor aceita uma xícara de café? –
Lurdes se levantou.
- Se não for incomodo...
- Imagina. Já já fica pronto. – Lurdes foi até a
cozinha e Frederico escutou as panelas. E Geovana ligando a TV.
Frederico continuou examinando a
senhora, escutava pacientemente a enferma contar os sintomas.
– Doutor, isso começou faz algumas semanas, acordei a
noite com febre e com dor na boca do estomago, perda de apetite e dor de cabeça
e no corpo.
Passou alguns minutos Lurdes
trouxe uma bandeja com uma xicara de café e alguns biscoitos. Frederico
agradeceu e pegou uma xicara para ele.
- Então doutor, o que ela tem? – Lurdes pegou uma
xicara e sentou no sofá preocupada.
- Olha, não tenho certeza, mas tudo indica que é uma
virose. Terei que acompanhar o progresso dela. – Frederico bebeu um gole do
café.
- Você será bem-vindo nesta casa. Por favor faça de
tudo para curar minha mãe. – Lurdes dizia.
- Não quero incomodar.
- Por favor, tem um quarto sobrando para visitas.
- Realmente não é necessário. Já tenho onde dormir.
- Eu insisto, será uma honra para nós que você passe
a noite aqui. Minha mãe tosse muito a noite.
- Ok. Se insistem.
Frederico se hospedou na casa e
logo surgiu os boatos na boca do povo – Fiquei sabendo que o doutor Frederico tá
morando de favores na casa da dona Lurdes. – Para de falar besteira, ele ta lá
porque a filha dela ta doente. – Não era a avó? – Ouvi dizer que é grave a
doença da avó, ela só tem poucos dias de vida. - Não fala besteira Juvenal.
No domingo a família ia
regularmente à paróquia do Padre Jeová. Frederico teve que ir também. Ele
estava com um paletó cinza com camisa branca, sua barba estava bem aparada. Lurdes
estava com um vestido longo cor xadrez e um coque. Geovana estava com um
vestido florido e cabelos soltos, era linda. Muitos rapazes morriam de amor por
ela, e ela fazia de conta que não correspondia. Ela gostava de desafiar os
outros, provocar para ver qual será a reação. Josefa também foi, ela acreditava
no milagre de Nossa Senhora.
No jantar depois da missa enquanto
comiam, Frederico não tirava os olhos da graciosa Geovana. Era realmente uma
garota fantástica, usava um vestido branco leve, ela tinha aparência angelical.
Seus movimentos não eram rudes. Seus seios eram fartos e tinha um ar sensual
que o deixava louco.
Após o jantar Frederico foi para
a varanda e ascendeu um cigarro e ficou sentado no pé da escada fumando olhando
para o céu estrelado, cinco estrelas cadentes cruzaram o céu.
- Não sabia que médicos fumavam? – Geovana estava
encostada no portal de braços cruzados fingindo indignação.
- E não fumam. É um vício que estou tentando largar.
- Não sabe que fumar faz mal? Meu avô morreu porque
fumava muito.
- Sim, tem razão. Fumar causa sérios problemas de
saúde.
- Mas se você sabe que causa problemas, por que ainda
fuma?
Frederico sentou na escada e
Geovana sentou do lado dele, ele pegou o cigarro e jogou fora. – Na minha época
não sabíamos que fumar fazia tanto mal assim. Comecei a fumar depois que entrei
na faculdade, meus colegas fumavam e eu passei a fumar também.
- Ah então você é uma Maria vai com as outras?
Frederico ficou impressionado com
o jeito de Geovana. Apesar dela o ter irritado várias vezes com essas perguntas,
afinal a vida era dele e ninguém tinha nada a ver com isso. Mesmo assim ela
despertava algo nele, seu ar sensual fazia a irritação sumir.
- Olhe uma estrela cadente. Vovó me falou uma vez que
a estrela cadente era um anjo que caiu do céu, e para ele voltar para o céu nos
concedia um desejo. – Disse Geovana apontando para o céu.
- O que pediu? – Frederico colocou as mãos para trás
apoiando no chão de madeira.
- Há duas semanas atrás pedi para que alguém curasse
minha avó.
- Hum. Então eu sou a realização do seu desejo?
- Se você pensa assim. – Disse Geovana dando de
ombros.
- Sabe…Também fiz um pedido a uma estrela quando eu
era menor.
- O que pediu?
- Não posso contar, senão não se realiza.
- Seu bobo – Geovana deu um tapa de leve nos ombros
de Frederico.
- Ora sua... - Frederico atrás dela. Após correrem
bastante, Geovana entrou no celeiro e ele foi atrás, alcançou ela, abraçaram e
caíram juntos no feno.
- Agora te peguei.
– Frederico segurava as mãos da garota.
- Não vale, você trapaceou. – Disse ela mostrando a língua.
- Claro que valeu. Sou mais rápido que você.
Seus olhos se encontraram e o
coração de ambos bateram forte e ao mesmo tempo, a respiração dela se tornou
mais profunda, seus seios mexiam enquanto ela respirava. Frederico também
sentiu seu corpo responder, seu membro começou a endurecer na calça, ele se
aproximou dos seus lábios e beijaram com vontade.
- Sabe o que pedi a estrela? – Frederico afastou a
franja de Geovana do rosto dela.
- O que pediu? – Disse ela excitada.
- Um anjo só para mim.
- Eu também pedi um anjo só para mim.
Então fizeram sexo, Geovana sabia
o que estava fazendo, foi a melhor noite de ambos. No outro dia tentaram agir
como se nada tivesse ocorrido, afinal ele era um médico e estava lá apenas para
questões profissionais. Ele foi até o quarto da paciente. – Doutor, não vi o
senhor subir para o quarto. – Comentou Josefa.
- Na hora que passei a senhora já estava dormindo.
- Deve ser isso.
- Hum, vejo que temos uma melhora na febre. O que a
senhora está sentido?
- Ah ainda estou um pouco fraca e essa tosse não me
deixa em paz.
- É, parece ser uma virose.
Frederico escutou a voz do seu
anjo brincando no quintal enquanto verificava a pressão de Josefa. Seu coração
palpitou e a lembrança da noite anterior veio viva em sua mente, ele sentiu o
seu corpo responder ao pensamento. Ele foi até Geovana os dois correram para o celeiro
e transaram novamente. Desta vez com mais paixão e fogo. Era bom sentir o corpo
dela no seu. Seus seios roçando o peito dele e ele puxando o cabelo dela.
Tomaram cuidado para ninguém perceber essa aventura. Josefa era uma mulher
esperta, logo ela percebeu a neta muito sorridente.
- Doutor Frederico. Eu sei o que vocês dois andam
fazendo. – Disse Josefa enquanto Frederico media sua pressão.
- Mas como? Que? – Frederico ficou confuso.
- Não se preocupe meu querido. Você é um bom rapaz e
está fazendo bem a Geovana. Não se preocupe não irei contar nada a ninguém. Só
me prometa uma coisa.
- Qualquer coisa.
- Não magoe o coração da minha netinha. Perdeu o pai recentemente
e ela anda muito tristinha.
- Pode deixar Josefa. Ela está em boas mãos.
Passadas três semanas Josefa
estava completamente curada e o doutor Frederico teria que voltar para a cidade
grande. Ele recebeu um presente de agradecimento, um doce de leite caseiro que Lurdes
fez. Ele procurou Geovana em todos os lugares mas não encontrou.
- Viu a pequena Geovana?
- Ih essa menina é danada, fica se escondendo pelas
bandas da mata. Talvez esteja lá fazendo estripulias. – Respondeu a mãe.
Frederico entrou na mata e chegou
perto da cachoeira. La estava ela sentada com os pés dentro da água e com expressão
triste. Ele se aproximou e sentou do seu lado.
- O que foi meu amor? – Perguntou
- Você já vai embora né. – Disse Geovana.
- Sim. Meu trabalho aqui está feito. Há outras
pessoas que necessitam dos meus cuidados. – Frederico percebeu uma lágrima
escorrer no rosto da Geovana. – Não fique triste. Nunca irei te esquecer. – Ele disse limpando a lágrima do rosto dela.
- Promete?
- Prometo.
- Mas você vai voltar aqui para me ver?
- Quem sabe passo o próximo feriado aqui – Frederico
piscou o olho e Geovana o abraçou forte. Foram até um local mais afastado e
limpo, lá transaram pela última vez.
No outro dia Frederico acordou
cedo. Tomou café da manhã com Geovana, Lurdes e Josefa. Geovana o provocava
passando a perna na perna dele. As três o acompanharam até a rodoviária. No
meio de despedidas e conversas animadas ele pegou o ônibus de volta para a
cidade. Dentro do ônibus viu Geovana acenar para ele, ele retribuiu o aceno e
seguiu viagem.
- Até o próximo feriado meu amor. – Pensou ele.
Postado por Caio Geraldini
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