quarta-feira, 21 de dezembro de 2016

Gin Tônica

Sentei em frente ao computador e comecei a escrever um conto. O interfone tocou. O porteiro noturno me avisou que um rapaz estava com duas belas garotas pedindo para me visitar. Mas como já passava das dez horas da noite, de acordo com as regras não era permitido subir. Mandei o porteiro ir contar as lâmpadas da garagem. Falei que pago o aluguel e portanto posso receber quem eu quiser, a hora que eu quiser.
O elevador chegou e ouvi uma batida na porta. Era meu amigo com duas garotas loiras com bundas enormes. Sempre fui tarado por mulheres com bundas grandes.
 Ficamos até tarde bebendo. Meu amigo levou uma das garotas para casa e fiquei com a outra. Ela se chamava Jessica. Ficamos bebendo e ela roçava sua perna na minha. Beijei o seu pescoço e fui descendo até os seios. Ela apertou minha perna e enfiou a mão dentro da minha calça. Levei ela para o quarto e transamos. Ela saiu antes do amanhecer.
Acordei com o interfone tocando. Eu estava de ressaca, então o barulho era enlouquecedor. Levantei da cama só de cueca.
- Alou. – Atendi o interfone.
- Bom dia. Tem uma encomenda aqui para o senhor.
- Encomenda?
- Posso mandar subir?
- Claro.
Fui no banheiro. Minha boca estava amarga, meu estômago estava embrulhado e meu fígado estava reclamando. Tomei um longo banho. De toalha fui até a geladeira e enchi um copo com água gelada e bebi em um gole só. A campainha tocou e eu abri a porta. Era um homem segurando um capacete de moto em uma das mãos e com uma caixa na outra.
- Senhor Henrique Chambers?
- Sim sou eu. – Respondi.
- Por favor assine aqui – O homem me entregou a caixa e pediu para eu assinar um recibo.
Coloquei a caixa em cima da mesa e fui até a geladeira e peguei uma cerveja e voltei. A caixa estava embrulhada em um papel pardo. Rasguei o papel e abri a caixa. Dentro tinha garrafa de gim e um bilhete.
“Querido amigo Henry Chambers.
Sei que você gosta muito de bebidas, então aceite esse presente. Bebida muito popular aqui na Holanda. Assinado Gerthian.”
Precisava comer. A geladeira estava vazia. Peguei minha carteira e sai para a rua. Entrei na padaria e pedi um misto reforçado com duas fatias de presunto e queijo e ovo e para beber um refrigerante. Sentei na mesa perto da TV. Estava passando um programa matinal. O rapaz da chapa me entregou o sanduíche. Dei uma mordida. Estava uma delícia. Tinha um jornal largado na mesa da frente. As notícias eram antigas, passei o olho por alto e joguei ele de volta na mesa. Paguei a conta e voltei para a rua.
O sol estava quente. Por causa da ressaca a claridade me cegava. Entrei em uma banca de revista. O dono era um senhor de meia-idade, cabelos brancos e com a pança debruçando em cima do cinto. Peguei uma revistinha em quadrinhos do Tex.
- Quanto é? – Perguntei
- R$ 14,00 reais.
- Vou levar. – Peguei uma nota de R$ 20 amassada e entreguei a ele. Ele colocou a revista.
Caminhei até um bar. Sentei na cadeira de frente ao balcão e pedi uma cerveja. O dono me entregou e tomei um trago. Do bar vi uma mulher peituda caminhando de mãos dadas com um garotinho com uniforme de escola.
- O cara que casou com essa mulher teve sorte. Quem sabe um dia eu tenha sorte e trace uma mulher igual a essa. – Pensei.
 Parei na praça e sentei em um banco. Pessoas fazendo exercícios e caminhando. No lago os patos atentos e torcendo para que uma criança se descuide e deixe cair algumas pipocas. Fiquei lá um bom tempo admirando a paisagem.
Voltei para casa no final da tarde. Sentei de frente ao computador e voltei a escrever. A campainha tocou. Era meu amigo com duas garotas. Dessa vez era uma morena e uma ruiva. Fomos para o sofá e começamos a beber gim com água tônica e jogar papo fora.

- A noite vai ser longa. – Pensei.

Postado por Caio Geraldini

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.