Sentei em frente ao computador
e comecei a escrever um conto. O interfone tocou. O porteiro noturno me avisou
que um rapaz estava com duas belas garotas pedindo para me visitar. Mas como já
passava das dez horas da noite, de acordo com as regras não era permitido
subir. Mandei o porteiro ir contar as lâmpadas da garagem. Falei que pago o
aluguel e portanto posso receber quem eu quiser, a hora que eu quiser.
O elevador chegou e ouvi uma
batida na porta. Era meu amigo com duas garotas loiras com bundas enormes. Sempre
fui tarado por mulheres com bundas grandes.
Ficamos até tarde bebendo. Meu amigo levou uma
das garotas para casa e fiquei com a outra. Ela se chamava Jessica. Ficamos bebendo
e ela roçava sua perna na minha. Beijei o seu pescoço e fui descendo até os
seios. Ela apertou minha perna e enfiou a mão dentro da minha calça. Levei ela
para o quarto e transamos. Ela saiu antes do amanhecer.
Acordei com o interfone
tocando. Eu estava de ressaca, então o barulho era enlouquecedor. Levantei da
cama só de cueca.
-
Alou. – Atendi o interfone.
-
Bom dia. Tem uma encomenda aqui para o senhor.
-
Encomenda?
-
Posso mandar subir?
-
Claro.
Fui no banheiro. Minha boca
estava amarga, meu estômago estava embrulhado e meu fígado estava reclamando.
Tomei um longo banho. De toalha fui até a geladeira e enchi um copo com água
gelada e bebi em um gole só. A campainha tocou e eu abri a porta. Era um homem
segurando um capacete de moto em uma das mãos e com uma caixa na outra.
-
Senhor Henrique Chambers?
-
Sim sou eu. – Respondi.
-
Por favor assine aqui – O homem me entregou a caixa e pediu para eu assinar um
recibo.
Coloquei a caixa em cima da
mesa e fui até a geladeira e peguei uma cerveja e voltei. A caixa estava
embrulhada em um papel pardo. Rasguei o papel e abri a caixa. Dentro tinha
garrafa de gim e um bilhete.
“Querido
amigo Henry Chambers.
Sei
que você gosta muito de bebidas, então aceite esse presente. Bebida muito
popular aqui na Holanda. Assinado Gerthian.”
Precisava comer. A geladeira
estava vazia. Peguei minha carteira e sai para a rua. Entrei na padaria e pedi
um misto reforçado com duas fatias de presunto e queijo e ovo e para beber um
refrigerante. Sentei na mesa perto da TV. Estava passando um programa matinal. O
rapaz da chapa me entregou o sanduíche. Dei uma mordida. Estava uma delícia. Tinha
um jornal largado na mesa da frente. As notícias eram antigas, passei o olho
por alto e joguei ele de volta na mesa. Paguei a conta e voltei para a rua.
O sol estava quente. Por causa
da ressaca a claridade me cegava. Entrei em uma banca de revista. O dono era um
senhor de meia-idade, cabelos brancos e com a pança debruçando em cima do
cinto. Peguei uma revistinha em quadrinhos do Tex.
-
Quanto é? – Perguntei
-
R$ 14,00 reais.
-
Vou levar. – Peguei uma nota de R$ 20 amassada e entreguei a ele. Ele colocou a
revista.
Caminhei até um bar. Sentei na
cadeira de frente ao balcão e pedi uma cerveja. O dono me entregou e tomei um
trago. Do bar vi uma mulher peituda caminhando de mãos dadas com um garotinho
com uniforme de escola.
-
O cara que casou com essa mulher teve sorte. Quem sabe um dia eu tenha sorte e trace
uma mulher igual a essa. – Pensei.
Parei na praça e sentei em um banco. Pessoas
fazendo exercícios e caminhando. No lago os patos atentos e torcendo para que
uma criança se descuide e deixe cair algumas pipocas. Fiquei lá um bom tempo
admirando a paisagem.
Voltei para casa no final da
tarde. Sentei de frente ao computador e voltei a escrever. A campainha tocou.
Era meu amigo com duas garotas. Dessa vez era uma morena e uma ruiva. Fomos
para o sofá e começamos a beber gim com água tônica e jogar papo fora.
-
A noite vai ser longa. – Pensei.
Postado por Caio Geraldini
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