terça-feira, 4 de outubro de 2016

Questão de Sorte

Em uma noite chuvosa sentado no sofá com uma garrafa de uísque já pela metade na mão, na TV passava um programa de auditório sensacionalista. Uma leve chuva caía do lado de fora, suas gotas batiam na janela de vidro e escorria até formar uma poça na base de metal. O apresentador fazia pergunta para os convidados. Era um dia chato. O celular estava do lado em cima de uma mesinha, o relógio do celular marcava 20:00 de um domingo. O gosto amargo da bebida e do desgosto do fim de semana terminando estava enlouquecedor.
– Quem descobriu a América? – Perguntava o apresentador.
– Cristóvão Colombo – Respondeu uma senhora de 75 anos após apertar um botão vermelho emitindo uma sirene.
– A resposta está E.…Exata. Você acaba de ganhar R$ 1000, 00 reais. Desiste ou continua?
Bebi mais um gole do uísque e fiz uma careta. Aprendi a beber com meus amigos, mas nunca acostumei. O celular em cima da mesa começa a vibrar e piscar. Atendo o telefone. Era uma voz feminina.
– Ei bonitão, não me reconhece? – A voz era sedutora, me fez arrepiar. Forcei a memória para tentar lembrar.
– Dá uma dica, é domingo e estou bêbado. – Respondi
– Poxa Henrique, sou a Ellen da livraria. Aquela sentada lendo um livro. Você chegou falando que mexo o nariz enquanto estou lendo.
– Ah sim, a garota da tatuagem na virilha.
– Essa mesma. Ta a fim de me ver?
– É tentador, mas estou vendo um programa aqui. A senhorinha vai levar um milhão para casa, to torcendo por ela.
– Sabe… Eu estou tão só. Estou com tédio mortal. – Ela disse fazendo uma voz manhosa.
A senhora roda a roleta. Olho para minha garrafa de uísque e decido. Seria uma ótima forma de começar a semana.
– Ok Ellen, irei aí tirar seu tédio, mas já aviso. É bom que tenha bebida.
– Pode vir tigrão estou usando uma calcinha especial.
Ela morava em um apartamento de esquina. O porteiro era baixinho e estava acima do peso, tinha bigode estilo português. Ele olhou para mim de cima a baixo. Eu usava jeans e uma camiseta branca com uma jaqueta de couro.
– O que deseja? – Porteiro pegou o interfone.
– É o Henrique. Vou na casa da Srta. Ellen – Falei dedilhando no balcão.
-A senhorita está te esperando no quinto andar.
– Obrigado. – Respondi. Entrei no elevador sozinho. Ajeitei meu cabelo no espelho do elevador.
Bati na porta. Ellen era uma garota de 28 anos, cabelos castanhos levemente ondulados, ela me recebeu de calcinha e de camiseta. A TV estava ligada no mesmo programa.
– Oi Henrique. Que bom que veio, hoje o dia está tão chato. – Ela disse dando uma piscada e jogando o cabelo para trás.
Entrei já agarrando ela, mordi seu pescoço e encostei ela na parede. Ela passou as mãos em meu cabelo e mordeu de leve minha orelha. Fomos para a cama e lá fizemos amor selvagem, amor gostoso.
Depois de algumas horas. Voltei para casa, sentei no sofá e a velinha no programa de TV por pouco não conseguiu 1 milhão de reais. Ela foi eliminada perdendo tudo depois de errar uma questão boba que exigia o mínimo de conhecimento geral.
-É... A sorte não sorri para todos. – Falei mudando de canal.

Postado por Caio Geraldini

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