terça-feira, 4 de outubro de 2016

Numa Tarde Qualquer

Após um dia estressante no serviço fui ao meu bar favorito relaxar. O movimento estava começando, já tinha algumas mesas ocupadas por trabalhadores.
- Boa noite Henrique – Disse Jonas o dono do bar.
- Boa noite Jonas. – Respondi acenando.
- Dia cheio? – Disse Jonas enxugando um copo americano de vidro.
- Você nem imagina. Apenas quero tomar minha cerveja e ir para casa escrever um pouco.
- Sobre o que anda escrevendo?
- Ah, ainda estou no começo. – Falei sentando no banquinho de madeira de frente ao balcão.
- Não é nenhum daqueles seus contos de mulherzinha não né? – Jonas apoiou as mãos no balcão.
- As mulheres gostam, o que posso fazer? – Dei um sorriso de canto de boca.
Jonas encheu um copo de cerveja e eu bebi alguns goles, o gosto era amargo. Fiz uma careta. – Nunca consegui gostar disso.
- Então por que bebe?
- Ossos do ofício meu caro amigo. Hemingway, Fitzgerald, Bukowski todos escritores e todos bêbados.
- Bem... Não posso reclamar, se você está aqui no meu bar consumindo não me importo se gosta ou não, contudo que apareça sempre.
Continuei bebendo minha cerveja. Na TV passava um jogo de futebol. Depois daqui eu ia para casa, tomar um bom banho, sentar na mesa em frente a uma janela aberta e esperar as palavras brotarem na minha mente depois ia adormecer e acordar no outro dia.
Fui interrompido por assovios de alguns rapazes, voltei ao presente e percebi uma garota de no máximo 25 anos, alta, cabelos morenos claro, pernas fortes e uma bunda de deixar qualquer um doido.
- Ei gatinha, vem cá – Gritava os rapazes sentados nas mesas do lado de fora do bar.
Terminei de beber meu copo, coloquei algumas notas no balcão e fui atrás da garota.
- Ih lá vai o Henrique, esse cara não perde tempo. – Gritou um dos rapazes.
Ela parou para atravessar a rua e eu parei do lado dela. – Oi, tudo bem? te vi passando pelo bar.
- Ah aposto que era um dos caras que ficaram me assediando. – Disse ela mau humorada.
- Não, sou apenas um escritor. Vi você passando e resolvi falar com você. Qual seu nome? – Estendi a mão.
- Vanessa – Disse ela apertando minha mão. E o seu?
- Henrique
- Então você escreve?
- Sim
- O que escreve? – Disse ela afastando a franja que caia na testa.
- Sobre a vida, cotidiano... – Respondi meu hesitante. Afinal falar que escreve não era a coisa mais legal para se dizer para uma garota que acabou de conhecer.
- Isso inclui sexo? – Ela parecia interessada. Queria viver uma aventura com um escritor de hobby.
- Sexo não faz parte da vida? – Respondi piscando o olho.
- Sou nova aqui na cidade e não faço ideia de onde estou.
- Ah você está perto do centro. Onde quer ir?
- Então... pode parecer estranho, mas ainda to sem lugar para ficar. Eu e meu marido brigamos e eu resolvi dar uma volta sozinha.
- Vixi... Mas foi sério?
- Não sei. Ele é um babaca, ciumento, possessivo. Cansei de homens assim.
- Entendo, bem minha casa é logo ali, está ficando tarde e essa região é perigosa, lá você pode telefonar para alguém.
Fomos para minha casa. Não era muito grande, ela sentou no sofá enquanto eu pegava algo para bebermos. Sentei no sofá do lado dela, servi um copo e entreguei a ela. O vestido era curto, dava para ver suas coxas. A gente se beijou, o beijo era quente e envolvente, minha mão desceu até suas coxas e fui subindo, ela mordia de leve meu pescoço. Fomos para o quarto. Após algumas horas deitados na cama exaustos completamente pelados, respirando fundo o telefone dela toca, ela levanta da cama e começa a procurar ele na bolsa.
- Alou. – Disse ela assustada - Ah sim. Ok... já estou indo, lugar algum. Já estava de saída. Beijos tchau.
- Quem era? – Levantei e coloquei uma cueca.
- Meu marido, ele sentiu minha falta, disse que tava com saudades e pediu desculpas. Adorei esse momento com você, você me respeitou como mulher. Obrigada
- Disponha sempre. – Falei sorrindo.
Ela se vestiu rapidamente, ajeitou a maquiagem, antes de sair me mandou um beijo. Lá foi ela novamente para os braços do marido. Fui para sala, ainda de cueca liguei a TV, no fundo escutei uma viatura passar com a sirene ligada.

Postado por Caio Geraldini

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