domingo, 23 de outubro de 2016

Amor de Verão


A história que vou contar aconteceu em uma cidade do interior chamada Catalão. João tinha 14 anos na época, era um garoto muito bonito, tinha corpo atlético, metido a ser mulherengo. Dizia para os amigos que já tinha ficado com várias garotas. Neto de Joaquim Carlos um poderoso e rico fazendeiro da região, produtor de café.
Bella a prima do João foi passar as férias na casa dos avós. Ela era da cidade grande. Filha da irmã de uma tia de Joaquim. Chegou na sexta-feira, iria passar o mês todo.
João e o avô foram na rodoviária buscá-la. Joaquim no caminho escutava A Voz do Brasil. João estava com a cabeça longe olhando pela janela contando as árvores.
“O governador assinou um decreto essa tarde que aumenta o salário de funcionários públicos em 5%. É a taxa mais alta já registrada, sindicatos comemoram a vitória, agora ficamos com o giro de notícias... Dólar fecha a 2,76...” – a rádio anunciava.
- Quero que você se comporte com sua prima, é a primeira vez dela aqui na cidade.
- Pode deixar. “Vou tratar ela muito bem. Ela vai se sentir em casa. Ainda mais quando ela acordar com uma barata morta na cama.” – Pensou João com um sorriso malcriado.
Chegaram na rodoviária as 19:30. Joaquim caminhou até à banca e comprou um cigarro. João ficou sentado em um banco em frente a um painel informativo dos ônibus ouvindo música.
Um alto-falante anunciou o ônibus 367. Joaquim sentou no banco. Passou alguns minutos um ônibus de dois andares com vidro escuro parou. Dentro dele desceu um monte de gente com cara de sono, alguns enjoados e outros com pressa falando no telefone.
Então desceu uma garota. Era a mais bonita naquele cenário caótico. Estava no oitavo ano. Garota de cidade, mimada, sempre tinha as roupas da moda. Ainda tinha 14 anos mas já usava maquiagem. Seus seios eram fartos, cheirosa, exalava sexualidade. Tinha cabelos loiros, olhos verdes claros e vivos e pele rosada. Ela desceu com uma mala cor –de-rosa.
 Foram para o carro, Bella contava sobre as novidades da cidade grande e dos parentes. João do outro lado do banco já estava planejando jogar um balão de água naquele cabelo perfeito.
Chegaram em casa as 20:30 da noite. Ficou combinado que o jantar seria servido com todos. O carro parou no portão da casa e deu uma leve buzinada. Amélia avó de João e esposa de Joaquim que estava assistindo à novela. Ela escutou a buzinada e foi esquentar a comida.
Bella foi recebida com um beijo na bochecha. João correu para a mesa. Jantaram e os menores foram para o quarto. Joaquim e Amélia continuaram assistindo a novela das nove.
No quarto João pensava na prima que chegou. Pensava ele que parentes eram feios e nada atraentes. Ele não entendia quando escutava na escola que seu determinado parente era bonito. Sempre rebatia com uma cara de nojo. Mas ela era diferente, algo nela despertava um desejo nele.
Acordaram cedo. Seu avô estava assistindo o jornal matutino enquanto tomava café. Lá estava ela, Bella dizendo jus ao seu nome, pele clara, cabelos loiros e olhos vivos. Ela exalava um cheiro doce no ar que deixou João entorpecido e não conseguia se mexer direito.
- Filho você está bem? Perguntava o avô vendo que ele estava ausente com um pedaço de pão na boca.
- Olha o que estou comendo. - Disse João tentando disfarçar mastigando de boca aberta mostrando para Bella.
- Que nojo menino. – Ela fez cara de nojo.
- Tenha modos na mesa garoto. - Repreendeu a avó.
Depois do café da manhã, saíram correndo para o quintal. O quintal era grande. Era cheio de plantas e árvores. Havia uma roseira, um pé de goiaba com uma casa na árvore, um pé de manga, pé de mamão e um amontoado de erva cidreira. Do lado um pequeno lago com patos. Após brincarem muito de pique pega, pique esconde, nadar no lago. Bella quis subir na casa da árvore mas João foi mais rápido e postou em frente impedindo ela de subir.
- Ei, deixa eu subir. – Protestou ela.
- Nada disso, aqui é proibido garotas.
- Quem decidiu isso? - Disse ela
- Eu mesmo.
- Pois o que você fala não importa. - Ela tenta passar mas João é maior e mais forte e ele fica firme.
- Deixa eu passar ou senão conto para sua avó.
- Pode contar eu não me importo.
- VÓÓÓÓÓÓÓÓÓ
- Ta bom, pode subir.
Os dois subiram na casa da árvore. Era um ambiente que exalava masculinidade. Tinha desenhos pregados nas paredes, uma lupa e alguns insetos em potes.
- Eu daria um excelente toque feminino aqui. Mudaria... – Bella começou a falar mas logo foi repreendida por João.
- Nada disso. Te deixei entrar, mas não deixei se meter nas minhas coisas.
- Ai que garoto grosso. Por isso nunca pegou nenhuma garota.
- Peguei sim. Já peguei mais de 100 garotas.
- HA-HA duvido. Você não pega nem resfriado. – Bella provocou.
João ficou vermelho de raiva, quase pensou em bater na prima distante. Uma brisa fresca passou por eles, ele sentiu um perfume muito delicioso, um cheiro feminino que fez ele ficar completamente bobo e excitado.
- Que foi garoto?
- Nada, vamos sair daqui.
- To afim de ficar mais um pouco, o sol está quente. – Bella senta e cruza os braços. - Ela sempre foi teimosa e sempre fez o que quis.
- Também acho. - Garota teimosa. – Pensou João
 João sentou do lado dela. Aquele cheiro mexia com ele. Despertava algo nele, sentia seus músculos contraírem. Ela então encosta sua cabeça no ombro dele, de fato ela achou ele muito bonito, apesar de ser do interior e parecer meio bobão. Ela sentiu a masculinidade dele aflorar. Ele então olha para ela e se beijam. Começam de forma lenta, alguns selinhos depois vão esquentando e se tornam algo bem intenso, até que fazem sexo lá mesmo naquela casa da árvore.
Os dois ainda estavam em silêncio juntinhos trocando caricias. O lugar ainda cheirava a sexo. João passava a mão na perna de Bella e ela beijava o seu pescoço.
Era a primeira vez de João. Ele estava assustado mas conseguia passar uma pose de segurança, afinal ele mesmo já afirmou várias vezes que já tinha feito isso várias vezes. Já Bella estava completamente segura de si. Já tinha feito isso uma vez na cidade grande com um colega de escola. Foi durante uma festa que um professor de matemática tinha organizado em sua casa. Mas ela omitiu esse detalhe para o primo.
Após esse acontecimento juraram não contar a ninguém. Fizeram voto de silêncio e seguiram brincando e se provocando.
Passou duas semanas. Não aguentaram e novamente praticaram o ato no quarto de costura da avó. Aquela noção de perigo de serem pegos excitava os dois.
Passou um mês e as férias acabaram. Bella teve que voltar para a cidade grande. A despedida foi algo muito triste, ambos choraram muito. Os adultos não entendiam nada.
- Como esses dois que não se gostam estão um com saudade do outro? - Joaquim comentou com a Amélia
- Vá entender esses jovens de hoje – Respondeu a Amélia.  
Pouco antes de partir João e Bella correram novamente para a casinha da árvore. Se beijaram pela última vez. Antes do adeus final fizeram outra promessa de um nunca esquecer do outro.
- Tchau cabeça de melão. – Bella provocou João
- Tchau cabelo de palha – João revidou fingindo raiva.
- A gente se vê nas férias. Espero que até lá você aprenda alguns truques novos. - Bella pisca e entra no carro.

Postado por Caio Geraldini
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